Rodrigo Aragão o diretor independente que tem muito talento.
O cineasta, nascido em Guarapari há 36 anos, rodou mais de 30 festivais internacionais com seus dois longas, “Mangue negro” (2008) e “A noite do Chupa cabras” (2011). Feitos sem incentivos fiscais, com uma verba que nunca ultrapassa R$ 200 mil, e sem atores conhecidos, ambos foram vendidos para EUA, Holanda, Bélgica, Alemanha e Japão. Mas, no Brasil...
— Aqui, o mercado não me dá espaço. Corri atrás de 20 distribuidoras, oferecendo meus filmes, topando até que fossem direto para DVD. Mas o preconceito contra quem faz cinema de gênero, sobretudo o terror, é grande. Faço filmes baratos, sem edital, e tenho reconhecimento no exterior. Mas as vias oficiais não me abrem portas — lamenta o cineasta, que vem se tornando a figura mais expressiva de um estado com pouca visibilidade no cinema nacional.
Rodrigo Aragão
Fora dirigir, Aragão ganha a vida como técnico de efeitos especiais. Daí tira seu sustento e a segurança para investir em projetos como “Mar negro”. Ataque à poluição, o longa terminou de ser rodado na semana passada e, ainda neste ano, deve ficar pronto para ser exportado. Na trama, uma mancha negra alastra-se pelas águas do Perocão, infectando humanos e animais. Daí o surgimento de seres como o Zumbi-Arraia e o Baiacu-Sereia, vigiados por um feiticeiro, o Velho do Saco (Cristian Verardi).
— É uma crítica minha ao oba-oba do petróleo sem consciência ambiental. No fundo, “Mar negro” e meus dois outros filmes compõem uma trilogia de horror sobre o desrespeito à ecologia de uma região como o Perocão e seus arredores, que abrangem praia, mangue e montanhas. Estou tentando criar um universo aqui — diz Aragão, que filma graças ao suporte financeiro do empresário mineiro Hermann Pidner, do ramo de produção de cal.
Fã de terror, ele viabiliza o orçamento de Aragão, que se complementa num esquema de colaboração sem ônus. Vale a pena conhecer as obras desse grande artista então assistam ...
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